quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Tempo

Desde os séculos antes da história
E por todos os outros que seguem depois dela
Meus olhos escuros encontram os teus
Através do fogo das feiticeiras
E do brilho cintilante das supernovas
Além dos reluzentes brilhos dos cristais

Nos reconhecemos através dos tempos já esquecidos
Passeando na tundra siberiana sob o plenilúnio
Rasgando os céus com grandes asas vermelhas
Iluminando a abóbada noturna com rajadas incandescentes
Quando os cavaleiros de armaduras brilhantes
De velhas lendas esquecidas
Cavalgavam seus imponentes corcéis sobre a terra.

Te encontro pelas estradas noturnas
Nos mercados árabes de Marrakesh
Segui teu perfume na bruma londrina
Observando a construção da torre Eiffel
Sentindo o aroma da areia quente
Vendo o mundo pelo olhar das esfinges de pedra.

Cruzamos nossos olhares em vagões de metrô
Atravessando catracas e portas de entrada / saída
Bebendo nos mesmos bares, rindo em mesas separadas
Efetuando check-ins e check-outs dos mesmos quartos de hotel
Passando por portões opostos nos aeroportos.

Em todas as encarnações vindas e vindouras
Existe o momento em que os destinos se encontram
E com eles palavras, voz, olhos, mãos e corpos
Em tardes de sol ameno a noites quentes de lua cheia
Mais uma vez nos encontramos nas noites de outono
Mais uma vez, parceiros em nossa dança lúdica
Bailando entre auroras e crepúsculos
Levados por um beijo infinito de surpresa e saudade
Nossa alquimia plena fundindo passado, presente e futuro
No nosso único e particular tempo.


- Paulo Renault- 

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